Ao longo da vida, mais de 80% das pessoas irão apresentar algum episódio de dor lombar (lombalgia). Na maioria dos casos, esta dor se resolverá em até 12 semanas. Apenas 10%, tornam-se portadores de dor lombar crônica.
A lombalgia aguda é descrita como uma dor de forte intensidade do tipo fisgada, facada, queimação e, às vezes, mal definida na região lombar e que pode apresentar irradiação para os glúteos e coxas. Essa dor pode se inicias após um esforço físico, uma queda, uma atividade esportiva, ou mesmo, sem nenhuma causa aparente, de forma gradual ou repentina. Lombalgia crônica é aquela que persiste por mais de três meses e que pode apresentar intensidade leve ou moderada, podendo apresentar períodos de piora, crises e remissão.
Em mais de 80% dos casos, a dor lombar não tem nenhuma origem determinada, ou seja, não se consegue diagnosticar nenhuma doença como causa. Na minoria dos pacientes, existe uma patologia que provoca a dor como fraturas osteopotóticas, infecções, tumores, doenças reumatológicas (reumatismos) ou doenças degenerativas (desgastes). É importante ainda, excluir outros diagnósticos como cólica renal, doenças abdominais e vasculares.
A melhor maneira de diagnosticar é com uma consulta médica com um especialista. Durante a consulta, ele identificará possíveis situações que podem gerar dor e sinais de alerta para doenças mais graves. O tempo de duração da dor, posição em que ela ocorre, relação com o trabalho ou movimentos, local, irradiações...Além de examinar detalhadamente o paciente, sua maneira de andar, sua força muscular e seus reflexos serão avaliados. Os exames de imagem apresentam papel secundário na avaliação da lombalgia, pois, muitas vezes, não ha correlação dos achados com os sintomas apresentados.
Febre, perda de peso involuntária, história de câncer, traumas, osteoporose e alterações neurológicas são sinais de alerta, que chamam a atenção para a possibilidade da presença de uma doença associada. Na presença destes sinais, certamente seu médico irá solicitar exames complementares como raio x, tomografia ou ressonância magnética.
O tratamento da dor lombar crônica é desafiador e requer um comprometimento do paciente e ajuda de vários profissionais, além do médico. De acordo com a médica especialista em dor, Dra. Luciana Morais, deve-se evitar a automedicação, pois o uso de medicamentos deve ser individualizado, procurando conciliar potência analgésica, efeitos adversos e interações medicamentosas adequados para cada paciente. Além do tratamento farmacológico, são necessárias outras medidas como fisioterapias, adequar o peso do paciente a sua altura, reeducação postural, fortalecimento muscular e talvez o fator mais difícil de modificar, a questão ergonômica no trabalho (altura da mas, da cadeira, apoio para os braços e pés, altura da tela do computador...).